Toda bailarina quando entra no balé clássico, sonha em usar as sapatilhas de pontas, que é uma das marcas registradas do balé, junto com o coque e o tutu.
Lembro-me da felicidade que senti quando a professora pediu para a turma comprar as sapatilhas de pontas.
Mal sabia eu que existem inúmeros tipos de ponta, uma para cada tipo de pé, com muito colo, com pouco colo, com mais força, com menos força...
Escolhi a sapatilha para pés com menos colo e menos força, sempre fui magrela, rsrsrsrs.
A professora nos ensinou a costurar as fitas de cetim e os elásticos, depois como amarrá-las, para enfim subir nas pontas.
Para mim foi uma "luta" conseguir "quebrar" a sola da sapatilha, que é extremamente dura devido as muitas camadas de papelão duro, esquece, marquei com os pés e quebrei nas mãos, como falei, era magrela e não tinha forças nos pés e pernas.
Durante as aulas tudo doía. A sapatilha de ponta (não sei se é ainda) feita de gesso em sua ponta, mesmo usando as ponteiras que são uma espécie de bolsinha feitas de gel, silicone, espuma ou meias,
formavam bolhas e calos, aí está o motivo das bailarinas clássicas terem a fama de terem os pés feios, até hoje 15 anos depois que parei o balé clássico, tenho cicatrizes das bolhas e calos.
Mas era uma satisfação conseguir fazer os adagios e as piruetas nas pontas, porque sempre tive dificuldades com alguns passos, o fouetté, por exemplo, que é um tipo de giro, tinha que ser feito no mínimo 8, eu conseguia? claro que não... conseguia somente 6... mas em compensação era ótima em grande salto que exigem amplitude de movimento, sustentação de fase aréra e deslocamento, o que me ajudava eram as pernas longas, rs e também os adágios, que são os passos lentos que exigem flexibilidade, sustentação, postura e equilíbrio.
Parei o ballet clássico aos 18 anos, entrei aos 3 anos de idade, entrei por questão de saúde fiquei por questão de amor.
Dá uma olhada nesse vídeo onde danço uma fusão de balé com a dança do ventre
https://www.youtube.com/watch?v=MHmF2731bnc&list=UUzLAk-_5HI0lkdAHyT-rwJQ&index=13
Memória de Débora Antunes...
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