No último post comentamos sobre profissão. O que escolher? Quando escolher? Bailarina é profissão?
Ter uma área de formação é importantíssimo para nosso entendimento enquanto ser social; ter uma colocação profissional é uma questão de cidadania: garantir nosso ir e vir, ter o poder de escolhas, contribuir socialmente. Tudo faz parte daquilo que chamamos de "Direitos Humanos".
Mas não só de trabalho vivemos; nem só de "ser profissional" somos feitos.
Para nossa saúde física e mental é necessário separarmos um tempo para nós mesmos. É necessário ter um período de lazer, de ócio criativo.
Mesmo em teorias liberais - que adoram contabilizar tudo e onde a grande saga do herói é seu trabalho - como o Fordysmo, vemos separados as horas de descanso (8 horas para o trabalho/produção, 8 horas de lazer, 8 horas de descanso/dia).
Claro que, com o avanço da psicologia e estudos para nossa saúde, entendemos hoje que cada sujeito reage a sua rotina de uma maneira diferente. Alguns organismos precisam de mais descanso, algumas profissões exigem mais do corpo e da mente, umas pedem mais dedicação de horas por dia. Com a diversificação de profissão, não conseguimos mais padronizar essa relação trabalho/lazer.
Existem estudos que comprovam que o ser humano - em média - consegue dedicar, com qualidade, 6h de seu dia para uma atividade profissional. Mais que isso prejudica sua saúde e a entrega do trabalho.
Entendemos também que produção não é algo só físico. A produção pode ser intelectual, intangível, efêmero.
O hobbie vai muito além de uma atividade física. O descanso vai muito além do dormir.
Ler, escrever, jogar video-game, cozinhar, degustar, bater-papo, ouvir música, tocar algum instrumento, jardinagem, trabalhos manuais, passear/brincar com seu bichinho, meditar... Para muitos essas atividades soam como profissão (que devem ser valorizadas como tal, sim!); mas para outros é a hora de se conectar consigo mesmo, recarregar as energias, colocar as ideias em ordem. É o cuidado que temos com nós mesmos. É uma das formas de mostrar o quanto gostamos de nós mesmos e respeitamos nossos limites.
Nem sempre será possível trabalhar com aquilo que amamos. Aquele papo de "trabalhe com o que você ama e nunca mais precisará trabalhar", é só uma receitinha de bolo criada dentro da meritocracia que não se enquadra para todos. Cuidado para não se frustrar. Nem sempre a vida, ou a sociedade para sermos menos filosóficos, nos permite sonhar muito alto. Não deixe de sonhar, de buscar, mas não faça dos "nãos" que receber algo que te derrube. O aprendizado é feito disso: altos e baixos.
E os hobbies, esses momentinhos de "nada", são revigorantes para enfrentarmos os desafios que aparecem.
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